Para lá da Manipulação dos Espíritos. Crenças e Práticas de cura entre os Handa no Sul de Angola

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Rosa Melo
##plugins.pubIds.doi.readerDisplayName## https://doi.org/10.57054/codesria.pub.156

Synopsis

CODESRIA, 2008, 100 p. ISBN 2-86978-244-0

Nos diversos estudos das ciências sociais e humanas, tem sido mencionado que a causa dos males e das doenças, em África, é, em geral, atribuída a seres com poderes extraordinários. No caso dos Handa (grupo sobre o qual versa este trabalho), processos como a nutrição raramente são indicados como um móbil assaz relevante no desencadeamento das doenças. Isto, não obstante as associações que se estabelecem entre a ingestão de alimentos, o crescimento do indivíduo e o fortalecimento do corpo.

A crença na existência de humanos com poderes transordinários, bem como em seres sobrenaturais com implicações na saúde dos indivíduos influencia as práticas quotidianas dos grupos sociais em causa, bem como as relações que estabelecem uns com os outros e com o poder. O parentesco, as linhagens, o género, entre outros, perfilam entre os elementos que, por um lado, influem na eficácia de tais poderes e que, por outro lado, servem de esteio para o combate contra perversidades no quotidiano das famílias. Exemplos dessa prática quotidiana são, aqui, reproduzidos, assim como são caracterizados os agentes possuidores de poderes transordinários (na perspectiva do grupo) com particular realce às suas categorizações, o que promove algumas altercações no quadro das discussões teóricas sobre as crenças na “bruxaria”.

No livro, a análise dos hábitos alimentares dos Handa, além de elucidar sobre as suas crenças e atitudes face aos constrangimentos sociais, por um lado, expõe o que constituem as representações e o comportamento dos mesmos relativamente à etnofarmacologia, à etnobotânica, enfim, aos recursos fitogenéticos comummente usados para o sustento do corpo e para o bem-estar social. Por outro lado, fornece elementos para a percepção dos factores condicionantes do estado físico e nutricional de algumas famílias e para a discussão do seu estado sanitário.

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mai 10, 2008

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